quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Entrevista à minha avó - Maria Manuela Ribeiro

A COVID-19 e a 3ª geração

Maria Manuela Barroso da Silva Marques Ribeiro, minha avó materna, nasceu a 24 de dezembro de 1950, na freguesia da Sé, no Porto. Licenciou-se em Matemática Aplicada e foi consultora de projetos informáticos na EDP. Reformou-se em 2006.

Q.: Aquando do confinamento, que mudanças aconteceram na tua rotina?

R.: O confinamento impediu-me de realizar determinadas tarefas como fazer uma caminhada na avenida ou à beira-mar (diárias), altura em que aproveitava para tomar um café, ir buscar pão fresco e ir ao supermercado fazer compras essenciais. Além disso, costumava ir três vezes por semana ao ginásio. Estas atividades físicas foram substituídas por caminhadas na varanda, que tem uma grande extensão, assim como dedicar-me mais à leitura de um bom livro como, por exemplo, “Tanta gente, Mariana”, de Maria Judite de Carvalho.

Q.: Esta época permitiu-te aprender a melhor usar um computador, por exemplo?

R.: Não, já estava habituada a usá-los. Trabalhei sempre no ramo da informática pelo que não tive necessidade de melhorar o manuseamento das novas tecnologias.

Q.: Como descreverias a quarentena em uma a três palavras?

R.: Fastidiosa, monótona e dececionante. Fastidiosa: a pessoa acaba sempre por fazer mais do mesmo, não tem por onde variar. Monótona: essa monotonia era apenas quebrada pela presença dos netos em minha casa, que dava uma certa jovialidade à vida. Dececionante: acaba por não se fazer nada de interessante.

Q.: Enquanto estiveste em casa, como te relacionaste com os outros?

R.: Como sou uma pessoa que gosta muito de conviver e falar com os outros, esse impedimento foi, de certo modo, contrariado pela utilização de meios tecnológicos ao nosso dispor, fosse através do telemóvel ou do computador (videoconferências), envio de e-mails e mensagens. Uma das coisas que resultou foi a falta de apoio a pessoas doentes e idosas e o convívio com jovens a quem costumava dar catequese.

Obrigado por responderes às minhas perguntas.

João Braga – 8.º A

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