sábado, 1 de maio de 2021

Espelho



Espelho


Nesta parede de vidro

me observo.

Vejo se decido

que roupa levo.

Então olho para mim

sem estar muito decidido.

Ainda não sei

o que levar vestido!

Aquela parede de humilhação

não torna a decisão fácil!

Parece que faz de propósito

para que dali não saia!


Aquele hipócrita

precisa de companhia?

“Não”, penso eu,

“só de aulas de cortesia!”


E fico diante dele.

Não me deixa arredar pé!

E, mais ainda,

não me deixa ser quem sou!


O pobre mimalhinho,

se ousam estatelá-lo,

amaldiçoa o coitadinho,

o descuidado

que decidiu quebrá-lo.

Sete anos de azar?

Boa sorte, meu amigo!

Meu pobre coitado,

que grande o teu castigo!


Mas já chega disto!

Desta grande porcaria!

Já me chega este mundo

para ver hipocrisia!

Vou tal qual estou

e ser quem sou!

Não mais ligo

àquele espelho

tão antigo.


João Braga – 8.º A


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