Espelho
Nesta parede de vidro
me observo.
Vejo se decido
que roupa levo.
Então olho para mim
sem estar muito decidido.
Ainda não sei
o que levar vestido!
Aquela parede de humilhação
não torna a decisão fácil!
Parece que faz de propósito
para que dali não saia!
Aquele hipócrita
precisa de companhia?
“Não”, penso eu,
“só de aulas de cortesia!”
E fico diante dele.
Não me deixa arredar pé!
E, mais ainda,
não me deixa ser quem sou!
O pobre mimalhinho,
se ousam estatelá-lo,
amaldiçoa o coitadinho,
o descuidado
que decidiu quebrá-lo.
Sete anos de azar?
Boa sorte, meu amigo!
Meu pobre coitado,
que grande o teu castigo!
Mas já chega disto!
Desta grande porcaria!
Já me chega este mundo
para ver hipocrisia!
Vou tal qual estou
e ser quem sou!
Não mais ligo
àquele espelho
tão antigo.
João Braga – 8.º A
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