domingo, 7 de novembro de 2021

O Tempo

O Tempo

Não é preciso nenhuma história para falar nele. Corremos contra ele, queremos um pouco mais dele, queremos que ande mais devagar. Às vezes, até gostávamos que parasse, nem que fosse só por um bocadinho.

Ele espera por nós no fundo de cada rua e nós só corremos para o tentar alcançar. E, quando finalmente chegamos, esbaforidos e cansados, já ele está à nossa espera no fim de outra rua.

Temos vida de escravo: servimo-lo cegamente enquanto corremos para todo o lado, apesar de, pelo menos secretamente, o odiarmos com todas as nossas forças. Enquanto isso, ele está sentado no seu trono, sem nunca se sentir satisfeito com o nosso trabalho.

No fim, andamos todos nesta vida. Semanas todas iguais passam à velocidade que menos nos convém, sem nunca trazerem nada de novo. Apetece-nos desistir e fazer de conta que ele não existe. Apetece-nos deitar fora o calendário e nunca mais na vida olhar para um relógio. Apetece-nos gritar que não somos máquinas, somos seres humanos imperfeitos e com sentimentos. Mas, feitas as contas, nem para pensar nisso há tempo que possamos disponibilizar.

João Braga – 9.º A

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