Poemas do nosso Agrupamento premiados no Concurso de Poesia Interescolas de Gaia - 2020
Guerras
Armas de todo o tipo
e granadas por todo o lado,
uma criança a chorar
com a mãe a seu lado.
Um homem que, desde criança,
nunca esteve sossegado.
Gritos e berros,
prédios a explodir,
tudo a arder,
pessoas a fugir
e outras a morrer
Pessoas em casa
a ver na sua televisão
pessoas na miséria
sem casa, sem pão.
Nevoeiro em todo o lado,
nada se pode avistar,
Enquanto uns a rir e a beber,
outros no chão,
à frente de seus filhos a morrer.
Afonso Barbosa 7.º C
(escalão G)
"As cores são diferentes mas também iguais"
Num mundo triste vivemos,
Em que todos querem ser iguais.
Cinzento e branco queremos,
Sem direitos individuais.
Sem cores não há diferença,
Sendo que ela é relevante.
Para pessoas há sentença,
Pois é uma luta constante.
Para o racismo combater,
Aceitação devemos ter.
Amizade é igualdade,
Pois a ninguém devemos roubar a identidade.
Nós não somos melhores que
eles,
Pois eles são lutadores e vencedores.
Gratidão lhes devemos,
Por anos de preconceito e dores.
A escuridão não é o vosso lugar,
Pois não é um lugar para gloriosos.
Não é preciso terem medo de aparecer,
Não percam tempo sem lutar.
Pois vocês são corajosos
E mudam o mundo e a maneira de ser.
Sara Pinho & Vitória Madureira
7.º A - (Escalão H)
A POESIA É
A poesia é tudo o que se não vê, aquele elemento
Que quando assoma, ofusca e até cega
É um sussurro dissimulado no vento
Ensurdecedora melodia que todos apega
É a mão que repousa na alma que mais precisa
Arrebata os mais descridos com devota sedução
Traz o arrepio onde a aludida fortaleza existia
Derrubando preconceitos erguidos em vã devoção
É aquela palavra inaudita que se grita em silêncio
Carregada na pena de inefáveis sentimentos,
Destila almas despertas em profético anúncio
Saciando a sede em misteriosos momentos
É admiração e dor na forma mais inédita
De se aventurar na delícia do incógnito
Escrever palavras encontrando-a em nós
Numa convulsão do eu que se liberta
É a minha asa na tua em voo peregrino
Os teus braços envolvendo o meu vazio
O aconchego da pena reescrevendo o hino
Do amor que foi, num abraço nunca frio
A poesia tem o propósito único de existir
Para ser imaginada, no sofrimento e no amor,
Reatar fogos mortiços com fome de resistir
Ao decaimento de emoções, à rendição e ao torpor.
Pedro Peregrino (Escalão O)
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