A
Família
O
avô Anselmo, sentado num velho banco junto à lareira, ia alimentando a fogueira
com achas de sobreiro, assim aquecendo toda a casa. Enquanto isso, ia
bebericando uma deliciosa aguardente com açúcar amarelo, que lhe enchia a alma.
Lá fora, a neve ia caindo e o frio intenso fazia-se sentir.
Maria ia preparando a consoada, com o fiel amigo bacalhau, batata
desfeita, aletria, rabanadas e um sem número de iguarias, na companhia de Ana,
antiga e velha criada que era tratada como se fizesse parte da família.
Amiúde, Anselmo perguntava pelas horas e mandava Florbela espreitar para
o quintal, ansiando pela chegada de seus filhos, Ricardo e Renato, mas em
especial pelas meninas dos seus olhos, Rita e Rafaela, suas adoradas netas que
eles não viam há cerca de um ano.
Naquela minúscula aldeia do interior, perdida entre montanhas, o mau
tempo ditava as suas leis, e o coraçãozito de Anselmo ficava apertado com a
longa espera. Mas, de repente Flor dava a boa nova: dois carros haviam chegado
carregados como abelhas. Ricardo e Renato haviam combinado chegar ao mesmo
tempo, para tornarem o reencontro com a família mais alegre e mais festivo.
Rita e Rafaela correram ao encontro dos braços dos avós, que os
envolveram ternamente, enquanto uma traiçoeiras lágrimas lhes escorriam pela
face. Mais importante que os presentes, que uns e outros iam trocar, o que
verdadeiramente animava aquelas almas, que irradiavam felicidade, era a alegria
do reencontro.
Aquela humilde casa, até então sombria e
silenciosa, de repente, tornou-se num lugar radiante e divertido. A família
Anselmo finalmente encontrava-se reunida para festejar em harmonia a noite de
Natal.
6.º A - Mariana Rocha, Mariana Vieira, Miguel Silva,
Tomás Barrigão
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