quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Família

    O avô Anselmo, sentado num velho banco junto à lareira, ia alimentando a fogueira com achas de sobreiro, assim aquecendo toda a casa. Enquanto isso, ia bebericando uma deliciosa aguardente com açúcar amarelo, que lhe enchia a alma. Lá fora, a neve ia caindo e o frio intenso fazia-se sentir.
     Maria ia preparando a consoada, com o fiel amigo bacalhau, batata desfeita, aletria, rabanadas e um sem número de iguarias, na companhia de Ana, antiga e velha criada que era tratada como se fizesse parte da família.
     Amiúde, Anselmo perguntava pelas horas e mandava Florbela espreitar para o quintal, ansiando pela chegada de seus filhos, Ricardo e Renato, mas em especial pelas meninas dos seus olhos, Rita e Rafaela, suas adoradas netas que eles não viam há cerca de um ano.
     Naquela minúscula aldeia do interior, perdida entre montanhas, o mau tempo ditava as suas leis, e o coraçãozito de Anselmo ficava apertado com a longa espera. Mas, de repente Flor dava a boa nova: dois carros haviam chegado carregados como abelhas. Ricardo e Renato haviam combinado chegar ao mesmo tempo, para tornarem o reencontro com a família mais alegre e mais festivo.
     Rita e Rafaela correram ao encontro dos braços dos avós, que os envolveram ternamente, enquanto uma traiçoeiras lágrimas lhes escorriam pela face. Mais importante que os presentes, que uns e outros iam trocar, o que verdadeiramente animava aquelas almas, que irradiavam felicidade, era a alegria do reencontro.
     Aquela humilde casa, até então sombria e silenciosa, de repente, tornou-se num lugar radiante e divertido. A família Anselmo finalmente encontrava-se reunida para festejar em harmonia a noite de Natal.
  
6.º A - Mariana Rocha, Mariana Vieira, Miguel Silva, Tomás Barrigão

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