domingo, 3 de abril de 2022

A lâmpada

A lâmpada

Era uma soalheira tarde de verão e, por isso, decidi ir à praia dar um passeio e desfrutar das ondas do mar. 

O mar estava banhado por um azul profundo e repleto de pontos cintilantes causados pelos intensos raios de sol. O som relaxante das ondas a embater na areia dourada convidava-me a aproximar do mar para poder ouvir a sua sinfonia de mais perto. Então, assim o fiz. Descalcei os sapatos e senti a areia a envolver os meus pés. Caminhei lentamente pelo mar, apreciando cada som produzido pelas suas ondas. Quando senti, finalmente, a água gelada a inundar os meus pés parei e olhei em meu redor para ver mais uma vez o que me rodeava. Foi aí que notei algo que se destacava por entre o reluzir da areia. Aproximei-me, intrigada, pensando que fosse uma pedra brilhante. Quando, por fim, o alcancei, analisei-o e, rapidamente, percebi que não se tratava de uma pedra, mas sim de uma lâmpada semelhante às dos contos de fadas. Estava um pouco confusa com a origem deste objeto. Como haveria alguém de se esquecer de uma lâmpada na praia? Contudo, não estava ninguém perto de mim que pudesse ter visto a quem pertencia aquele objeto peculiar. Decidi, então, levá-la para casa para poder limpá-la. 

Anoiteceu, porém, não conseguia dormir. Tinha muitas perguntas a fazer, mas não sabia a quem perguntar. Deitei-me na cama com a lâmpada na mão, pois ela era a razão da minha inquietação. Observei-a durante muito tempo. Ora de um lado, ora do outro. Analisava os traços detalhados, mas não chegava a nenhuma conclusão. Subitamente, reparei numa pequena tampa no topo da lâmpada. Peguei num abre-cartas e levantei a tampa. De repente, saiu de dentro da lâmpada uma espécie de fumo. Ainda estava a tentar perceber o que tinha saído da lâmpada quando, repentinamente, comecei a ouvir uma voz. Esta voz estava a agradecer-me por a ter libertado da lâmpada. Sentia-me incrédula, não conseguia acreditar no que estava a presenciar. A voz acrescentou ainda que tinha estado encarcerada na lâmpada há centenas de anos e que ficava muito grata por a ter, finalmente, libertado. Posto isto, como forma de mostrar a sua gratidão, disse que me concedia um desejo. Apesar da turbulência de emoções que estava a sentir, não podia deixar escapar a oportunidade de pedir um desejo a alguém que o pudesse concretizar e, de forma sentida e emocionada, pedi o meu desejo: 

- Desejo que transformes o nosso mundo, num mundo melhor.

- Fica tranquila, o teu desejo será realizado - respondeu a voz.

E, num abrir e fechar os olhos, o fumo desapareceu pela janela. Ainda tentei segui-lo com o meu olhar, porém não consegui vê-lo mais, mas fica a esperança que o meu desejo seja concretizado, um dia.

Carolina Coelho, 9.º A

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